8 Perfumes Clássicos Que Mudaram a História

perfumes clássicos

Ilustração de Jacob Stead

Existem perfumes e existem perfumes clássicos, mas tudo isso tem uma razão de ser. Ao longo do tempo, o perfume já desempenhou diversos papéis: desde ser uma substância sagrada e terapêutica, até ser uma forte arma de sedução. Assim, um determinado cheiro pode suscitar memórias passadas e levar-nos numa viagem de sensações. E é pelo seu forte impacto que, em 2018, este mercado foi avaliado em cerca de 52.7 biliões de dólares, com estimativa de crescimento de 5.5% até 2024 (dados da consultora internacional Mordor Intelligence).

E se este não fosse um universo tão complexo e personalizado, até hoje as grandes casas de perfumaria não passariam meses e até anos a estudar novas fórmulas, cheiros e misturas que agradem a um grande público. Não tem jeito: há fragrâncias que surgiram como grandes promessas, mas logo caíram no esquecimento. Por outro lado, outras chegaram e mudaram a narrativa para sempre. Eis aqui os perfumes clássicos que definiram o mercado:

“Um perfume clássico não segue tendências”

Ferdinand Storp, CEO Drom Fragrances

4711

A água de colónia mais famosa do mundo foi criada há mais de dois séculos na cidade alemã de Colónia. Ganhou fama, em 1810, quando Napoleão Bonaparte transformou-se num admirador do produto, eternizando o seu nome. O sucesso foi tanto que fez a empresa ampliar a linha com o lançamento de desodorizante, colónia pós-barba, sabonete, loção hidratante, creme para as mãos, gel de banho e até mesmo toalhitas refrescantes com o famoso aroma.

Em 1964, a casa (de número 4711), na rua Glockengasse, foi completamente destruída pelos bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial. Anos mais tarde, foi reconstruída e tornou-se uma enorme loja âncora da marca e uma das principais atrações turísticas da cidade.

É extremamente cítrico, com suaves toques de limão, flor de laranjeira e lavanda. É leve e, como um dos principais slogans da marca diz, “super refrescante”.

Sugestão: I Am Diana, de Gradient (por 24.9€). Uma fragrância floral suave, com um aroma fresco e cintilante e notas olfativas de Gardênia, Toranja e Lírio-do-Vale.

Chanel Nº 5

É, provavelmente, o perfume mais conhecido do grande público e um dos perfumes clássicos mais consagrado. Foi criado em 1921, pelo perfumista Ernest Beaux, a pedido de Coco Chanel, que gostaria de ter “um perfume de mulher que cheirasse a mulher”. Mas ganhou fama imediata só depois de Marilyn Monroe declarar usar o perfume para dormir.

É de fragrância floral intensa e as principais notas são jasmim e rosa. O perfume leva cerca de 80 ingredientes, entre eles aldeídos sintéticos, usados pela primeira vez na perfumaria e que mudaram os rumos da indústria. O aldeído é conhecido por realçar ainda mais os cheiros dos ingredientes naturais.

Em 1924, foi lançada a versão Eau de Toilette, com notas de sândalo e outros florais mais subtis. A versão Eau de Parfum foi reeditada em 1986, recebendo notas de baunilha.

Sugestão: Friday Night de Gradient (por 24.9€). Uma fragrância floral e frutada, com notas olfativas de Cassis, Pêra, jasmin, Flor de laranjeira, Irís, Fava Tonka, Pralinê, Baunilha e Patchouli.

Joy

Grande concorrente do Chanel Nº 5, foi criado em 1930 pelo estilista francês Jean Patou, que investiu todo o seu esforço para que esta fosse uma fragrância única e luxuosa. O próprio estilista apresentou-a ao público pela primeira vez como “o perfume mais caro do mundo”.

Com uma reputação forte, Jean tornou-se assim concorrente de Chanel com o perfume mais vendido de todos os tempos. Foi ainda escolhido pelo público como “o melhor perfume do século”, nos Prémios FIFI Oscars em 2000, batendo o seu maior rival.

A sua fragrância é feminina e floral, com notas de Ylang Ylang, jasmim, sândalo e almíscar.

Sugestão: Midnight in Paris, de Gradient (por 24.9€). Uma fragrância oriental floral com notas olfativas de Laranja, Toranja, Bergamota, Flor de laranjeira, Litchie, Rosa, Jasmim, Mimosa, Baunilha e Ylang Ylang.

Shalimar

A casa Guerlain influenciou as tendências da perfumaria durante décadas e através das mais de 300 fragrâncias lançadas até hoje. Entretanto, uma delas teve um impacto especial e profundo: o perfume Shalimar, lançado em 1925 por Jacques Guerlain.

Foi inspirado na história do então imperador indiano Shah Jahan, que construiu o Taj Mahal em memória de sua esposa Mutaz Mahal. Ela morreu após dar à luz o 14º filho, tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo, junto ao rio Yamuna. Os jardins que rodeiam o mausoléu são assim conhecidos como “Shalimar Gardens.”

É hoje considerado o pai dos perfumes orientais e também o primeiro perfume a utilizar etil-vanilina, uma molécula artificial que imita a baunilha com uma intensidade exagerada. No entanto, na época foi considerado demasiado ousado e sensual. Os populares diziam que uma mulher “direita” não fumava, não dançava tango e não usava Shalimar.

Sugestão: Midnight in Paris, de Gradient (por 24.9€). Uma fragrância oriental floral com notas olfativas de Laranja, Toranja, Bergamota, Flor de laranjeira, Litchie, Rosa, Jasmim, Mimosa, Baunilha e Ylang Ylang.

Miss Dior

O primeiro grande sucesso da maison Dior foi depois da Guerra, em 1947, enquanto o estilista apresentava ao mundo uma nova silhueta. Veio a ficar conhecida mundialmente como o New Look.

Na época, Christian disse então aos seus perfumistas, Jean Charles e Paul Vacher, que queria um perfume “que cheirasse a amor”. E assim o fizeram, com notas de gardênia, bergamota, rosas e jasmim. As mesmas flores que preenchiam o jardim onde a família Dior passava os verões antes da guerra.

Hoje, 70 anos depois, este perfume – com algumas mudanças, várias versões, e Natalie Portman como sua imagem – continua a ser um best-seller.

Sugestão: I Am Diana de Gradient (por 24.9€). Uma fragrância floral suave, com um aroma fresco e cintilante e notas olfativas de Gardênia, Toranja e Lírio-do-Vale.

Trésor

A história da Lancôme na perfumaria soma mais de 50 fragrâncias criadas desde 1935. Entre todas, uma destaca-se até os dias hoje, mantendo-se viva nas suas re-interpretações contemporâneas: o perfume Trésor.

Deste modo, o frasco em forma de jóia nasceu em 1952, com design imaginado pela dupla Georges Delhomme e Armand Petitjean. A primeira versão contou com 75 faces polidas à mão, lembrando a lapidação de um diamante.

Há quem o descreva como “uma rosa em calda delicadamente combinada com um toque de pêssego”. É uma fragrância adocicada, floral e com notas de baunilha e bergamota.

Sugestão: Friday Night de Gradient (por 24.9€). Uma fragrância floral e frutada, com notas olfativas de Cassis, Pêra, jasmin, Flor de laranjeira, Irís, Fava Tonka, Pralinê, Baunilha e Patchouli.

Angel

Já considerado um ícone, o perfume Angel foi lançado em 1992 por Thierry Mugler. Segundo o próprio, “o perfume tem um lado doce, próximo da suavidade da infância. Mas também um lado sensual, de querer devorar quem amamos”.

Foi a primeira fragrância desenvolvida com um toque gourmand, trazendo ingredientes como o algodão-doce, o chocolate e o caramelo. É extremamente adocicado, mas divide as opiniões do público – há quem o ame e o odeie. No Brasil, por exemplo, é um dos perfumes mais vendidos do país.

Sugestão: Secret Smile de Gradient (por 24.9€). Uma fragrância oriental fresca com notas de baunilha, tangerina verde e jasmim aquático.

CK One

Lançada em 1994, o CK One foi a primeira fragrância unissexo da Calvin Klein, que de cara conquistou o público jovem e transformou-se instantaneamente num sucesso de vendas. Também ele, um dos perfumes clássicos mais bem sucedido.

Foi pensado para homens e mulheres que buscam a liberdade de expressão e gostam de quebrar padrões. O frasco branco, de design limpo, também evoca esta rebeldia e não diferenciação de gostos e sexos.

É extremamente aromático e cítrico, com notas de chá verde, cedro e almíscar.

Sugestão: Guess Who, de Gradient (por 24.9€). Uma fragrância cítrica e forte, com um aroma bastante fresco e notas olfativas de Toranja, Jasmim, Âmbar cinza, Patchouli e Madeira de guaiaco.

Deixe um comentário