Os 4 Grandes Perfumistas Que Tens de Conhecer

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Ilustração de Jacob Stead

Já paraste para pensar que por detrás de todo o perfume icónico se escondem grandes perfumistas? Pois bem. Temos por hábito usar perfume todos os dias. No entanto, pouco ou quase nada sabemos sobre as fragrâncias que conquistam o nosso coração. Ou as marcas que o idealizaram ou os criadores que lhe deram vida. A verdade é que a perfumaria esconde histórias e protagonistas que, por vezes, ficam abafados pelo poder da sua própria criação.

Pensando nisso, e porque somos apaixonados por este universo, queremos partilhar contigo alguns dos maiores nomes da perfumaria mundial. Pessoas com histórias inspiradoras, currículos impressionantes e olfatos de dar inveja. Conhece a seguir quatro grandes perfumistas que marcaram (e continuam a marcar) a indústria como a conhecemos hoje.

Alberto Morillas

Nascido em Sevilha, o perfumista espanhol Alberto Morillas cresceu em torno de jardins verdejantes, onde os aromas de flor de laranjeira, jasmim e alecrim enchiam o ar. A partir daí, os cheiros despertaram o seu nariz para o que se tornaria um longo caso de amor.

Entretanto, o click só veio mais tarde, por volta dos seus 18 anos. Morillas conta que se rendeu ao universo dos perfumes depois de folhear uma Vogue francesa e se deparar com um artigo sobre Jean-Paul Guerlain e as suas fragrâncias. Depois disso, ele teve a certeza: seria um perfumista.

Na época, vivia na Suíça e acabou por estudar dois anos na escola de Beaux Arts de Genebra. Depois, em 1970, aos 20 anos de idade, foi contratado pela Firmenich como perfumista júnior. Em 1977 foi promovido a perfumista e em 1988 a perfumista-mestre.

Morillas sempre foi acima de tudo um autodidata e desenvolveu o seu próprio estilo desde cedo. As suas criações são diversas e não seguem qualquer padrão. Embora note-se uma predileção por florais polvorosos e um frequente uso de notas resinosas como âmbar e benjoim.

Uma grande curiosidade sobre o perfumista é que ele é averso a computadores. Gosta de escrever todas as suas fórmulas à mão, usando canetas de cores diferentes para simbolizar mudanças de humor ou estilo.

As suas criações mais famosas são: Acqua di Gio, 212, CK One, Omnia, Bvlgari Man, Byzance, Pleasures, Salvador Dalí, Pi, Mugler Cologne, Valentina, Versace pour Homme, M7, Kenzo Flower, Miracle, Lanvin l’Homme, Daisy, Le Baiser du Dragon, Panthère e Essenza di Zegna.

Jacques e Olivier Polge

Jacques, o pai, nasceu em França em 1943 e costumava passar os seus verões na região de Grasse. Entretanto resolveu estudar inglês e literatura, mas logo mudou de ideias e acabou por estudar fragrâncias. Em pouco tempo entrou para a fabricante suíça Givaudan e em pouco tempo o seu nome começou a ganhar destaque.

Em 1978, aos 35 anos, Jacques tornou-se o terceiro perfumista exclusivo da maison Chanel. Sucedendo a Ernest Beaux e Henri Robert – já sem Coco Chanel no comando, que havia falecido em 1971. Alguns anos mais tarde, o perfumista homenageou-a compondo Coco, o icónico perfume que conhecemos hoje.

O seu filho, Olivier, nasceu em Grasse e lá estudou perfumaria. Em 1998 começou a sua carreira na International Flavors & Fragrances (IFF) e em 2013 assumiu o posto de perfumista da Chanel após a aposentadoria do seu pai. Ou seja, acabou por seguir os passos do seu pai.

Pai e filho são grandes perfumistas e têm como marca registada acordes polvorosos com notas de íris, rosa, fava tonka e baunilha. As criações mais famosas de Jacques foram: Antaeus, Coco, Égoïste, Allure, Coco Mademoiselle, Coco Noir, Chance, Bleu de Chanel, Sycomore e Coromandel.

Já as criações mais marcantes de Olivier, são: Balenciaga, Dior Homme, Pure Poison, The One, Spicebomb, Cuir Beluga, La Vie Est Belle, Kenzo Power, Midnight in Paris e Valentino Uomo.

Olivier Cresp

Nascido em Grasse em 1955, Olivier vem de uma família de grandes perfumistas desde o século XII. Os seus pai e avô compravam e vendiam componentes naturais para fragrâncias e a sua irmã é a perfumista Françoise Caron.

Curiosamente, Cresp não iniciou a sua carreira como perfumista em França, mas sim nos Estados Unidos. Estudou perfumaria por lá, voltou a França e desde 1992 atua na empresa suíça Firmenich.

Segundo o próprio, o fator mais importante na criação de um perfume é uma ideia, “seja ela uma memória de infância ou a recordação de uma viagem ou conversa”.

O estilo de Cresp é minimalista, simples e autêntico. As suas notas favoritas são jasmim, rosa, baunilha e patchouli. O seu portfólio chega a uma centena de fragrâncias, tornando-o um dos perfumistas mais prolíficos da história.

As suas criações mais famosas são: Angel, Noa, Dune pour Homme, Dolce & Gabbana Light Blue, Armani Attitude, Ange ou Démon, Blue Seduction, Kenzo Amour, Lacoste pour Femme, Magnifique, Cheap & Chic I Love Love, Black XS, Valentina, Black Opium e Versace Man Eau Fraîche.

Thierry Wasser

O atual perfumista-mestre da Guerlain nasceu na cidade de Lausanne, na Suíça. Sempre fascinado pela natureza, Thierry costumava manipular plantas para obter xaropes, infusóes e chás.

Por consequência, decidiu estudar botânica. Depois, engajou-se no curso de perfumaria da Givaudan e, aos 24 anos, foi promovido a perfumista depois de um curto período a trabalhar como aprendiz. Mais tarde, passou pela Firmenich, em Nova York, e começou a ganhar notoriedade.

Em 2008, com a aposentadoria de Jean-Paul Guerlain, a tradicional casa de fragrâncias decidiu, pela primeira vez, entregar o posto de perfumista-mestre a alguém fora da família. Segundo a própria maison, Thierry foi então escolhido por ser um criador “raro, distinto e refinado”.

Desde então ele segue com o legado da marca, porém, sem sacrificar a sua assinatura pessoal. É conhecido por compor perfumes ousados e arriscados para o público geral.

As suas criações mais famosas são: Guerlain Homme (e flankers), La Petite Robe Noire (e flankers), Idylle (e flankers), flankers modernos de Shalimar (Ode à la Vanille, Parfum Initial e Souffle de Parfum), L’Homme Idéal, Mon Précieux Nectar, Iris Ganache, Tonka Impériale e Songe d’un Bois d’Été.

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